quarta-feira, 23 de junho de 2010

Parte 3

[...]

Pena que não consegui chegar até o rapaz deslumbrante. Fui a próxima vítima a ser jogada na piscina funda. Berrei, esperneei, mas de nada adiantou, isso só fez aumentar ainda mais a excitação dos rapazes.
Todos riam loucamente alto, contudo, tudo deixei de ouvir quando caí nas águas geladas. Desequilibrei-me; não conseguia chegar à superfície. O desespero veio à tona quando o ar que estava guardado em meus pulmões já não era mais suficiente. Quanto mais nadava, ou tentava nadar, menos chegava a lugar algum.
Abri os olhos e vi uma luz incrível. Desisti. Deixei que a água externa tomasse conta do meu frágil corpo.
Tudo escureceu.
...
Lembro-me de abrir os olhos, tossindo e expelindo água ao mesmo tempo, e ver um peitoral nu, perto o bastante para sentir seu calor.
Escutei gritos e choros em volta.
- Como se sente? Está bem? Pode falar? - perguntou-me o dono do peitoral nu, e pelo que ouvi dos outros ao redor, parecia ele ser meu salvador.
O observei melhor antes de responder. Era o mesmo rapaz de beleza surpreendente, só que agora encontrava-se debruçado ao meu lado de cabelo pingando, respiração ofegante, sem camisa e sapatos e de calça encharcada.
- Estou bem – falei finalmente, com dificuldade.
- Poderia estar melhor – murmurou consigo mesmo.
- Chamarei a ambulância – reconheci a voz de Beatriz de longe.
- Não é preciso – disse meu salvador, num tom autoritário. – Eu mesmo cuidarei dela.
E me pegou no colo, levando-me para fora daquele lugar.
- Durma Clara. Confia em mim e durma que se sentirá melhor.
Nunca o vi na minha vida, muito menos sabia quem ele era, mas senti tanto conforto em seus braços, no calor da pele, em sua voz adocicada, que abaixei as pálpebras e pus-me a dormir calmamente.


...Continua...

Beeeeijos,

W.L.

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